Em Petrolina, Chapa 1 vence e Maria Joelma é a primeira presidente reeleita do STTAR

A Chapa 1 venceu a eleição do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Petrolina (STTAR) nesta terça-feira (25) e confirmou a recondução de Maria Joelma à presidência por mais quatro anos. Com o resultado, Joelma torna-se a primeira presidente reeleita da entidade. A disputa ocorreu diretamente com a chapa liderada pela ex-presidente Leninha. A continuidade da gestão sinaliza manutenção de serviços sindicais essenciais e do acompanhamento de demandas urgentes da base rural em uma das regiões agrícolas mais dinâmicas do país.

O que significa a reeleição para a base rural

A reeleição indica estabilidade na representação e na condução de negociações coletivas. Para trabalhadoras e trabalhadores assalariados, isso pode se traduzir na continuidade de atendimentos jurídicos, assistência previdenciária, mediação de conflitos e ações de formação. Em Petrolina, onde a produção de frutas como uva e manga emprega grande contingente de mão de obra temporária e permanente, a presença de um sindicato atuante é um fator importante para garantir registro em carteira, pagamento correto de salários e direitos, além do cumprimento de normas de saúde e segurança.

Quem é Maria Joelma

Filha de agricultor familiar, Maria Joelma construiu sua trajetória no movimento sindical a partir da base, com atuação em atividades de orientação sobre direitos e na organização de campanhas. Ao tornar-se a primeira presidente reeleita do STTAR, alcança um marco para a representação feminina no sindicalismo rural local. A experiência acumulada na gestão anterior tende a facilitar a transição para o novo mandato, sobretudo em agendas que exigem monitoramento contínuo, como fiscalização de condições de trabalho em períodos de safra e diálogo com órgãos públicos.

STTAR e o contexto do trabalho rural em Petrolina

Petrolina integra o polo do Vale do São Francisco, referência nacional em fruticultura irrigada. O setor reúne empregadores de diferentes portes, com picos de contratação em safras e entressafras. Nesse cenário, o STTAR atua na defesa de direitos de assalariados rurais, que incluem registro formal, recolhimento de FGTS, férias, 13º salário e respeito à jornada. A entidade também acompanha o cumprimento de normas de segurança, fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e condições adequadas de transporte, alimentação e água potável.

Prioridades e temas em pauta

Entre os temas recorrentes em Petrolina estão a regularidade de contratos temporários, a formalização de vínculos, o acesso a EPIs, a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho e a garantia de pausas adequadas em ambientes de calor intenso. A Norma Regulamentadora 31 (NR-31), que trata da segurança e saúde no trabalho na agricultura, é referência para fiscalizações e acordos, e sua aplicação efetiva depende de informação, treinamento e acompanhamento permanentes.

Outras pautas de interesse da base incluem transporte seguro até as frentes de trabalho, organização de alojamentos quando necessários, condições sanitárias no campo e protocolos de prevenção ao assédio. Em muitos casos, as negociações coletivas ajustam detalhes práticos que não estão explicitados em lei, como pisos salariais regionais, adicionais e procedimentos de segurança específicos à atividade.

Como funcionam as eleições sindicais

As eleições em sindicatos são regidas por estatutos internos e pela legislação sindical. Em geral, a votação é direta e secreta, com participação de associados em dia com suas obrigações. A prorrogação do mandato por quatro anos, como no caso do STTAR, busca garantir planejamento e execução de projetos de médio prazo. A disputa entre chapas com propostas distintas faz parte do processo democrático e tende a fortalecer a transparência e a prestação de contas.

Desafios imediatos no campo

Na fruticultura irrigada, os desafios se intensificam em períodos de colheita, quando a pressão por produtividade cresce e a exposição ao calor é maior. Nesses momentos, rotinas de hidratação, sombreamento, pausas e organização do trabalho tornam-se decisivas para a prevenção de agravos à saúde. O respeito a limites de jornada, a orientação sobre manuseio de agrotóxicos e o descarte correto de embalagens são pontos que demandam vigilância constante.

O sindicato também tem papel na orientação sobre documentação, inclusive para trabalhadores que se deslocam entre municípios em busca de ocupação sazonal. Garantir que a contratação ocorra de forma regular reduz riscos de fraudes, atrasos de pagamentos e perda de benefícios sociais. A atuação articulada com a fiscalização trabalhista e o Ministério Público do Trabalho é um caminho para enfrentar situações de descumprimento de normas.

Orientações básicas de direitos

Trabalhadoras e trabalhadores assalariados rurais têm direito a carteira assinada, salário não inferior ao piso previsto em acordos coletivos ou ao salário mínimo legal, recolhimento de FGTS, férias remuneradas, 13º salário e adicional quando houver exposição a condições insalubres, conforme avaliação técnica. EPIs adequados devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador, com treinamento para uso correto. Em caso de dúvidas, a busca por orientação sindical ou por órgãos públicos de fiscalização é recomendada.

Diálogo e próximos passos

Com a reeleição, a direção do STTAR tende a dar sequência a frentes de trabalho já em curso, como o acompanhamento de convenções e acordos coletivos, o reforço de canais de atendimento e a promoção de ações educativas. A colaboração entre sindicato, empregadores e autoridades é decisiva para que obrigações legais sejam cumpridas e para que a base tenha acesso a informações claras sobre seus direitos e deveres.

O resultado em Petrolina reflete a escolha de trabalhadoras e trabalhadores por um projeto de continuidade na representação sindical. Em um setor que sustenta parte importante da economia regional, a presença de uma direção estável cria condições para avançar em negociações e ampliar a proteção social no campo. O desafio, a partir de agora, é transformar a confiança depositada nas urnas em melhorias concretas no cotidiano de quem vive do trabalho rural.

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