O 6º Congresso Nacional da Nova Central Sindical reuniu dirigentes, delegadas e delegados de diversas categorias para debater prioridades do movimento e renovar a sua direção. No encontro, a entidade prestou homenagem ao professor Oswaldo, reconhecendo sua trajetória de contribuição à organização dos trabalhadores, e elegeu Sônia Zerino como nova presidente. As decisões aprovadas indicam foco em negociação coletiva, proteção social e fortalecimento das estruturas sindicais diante das transformações no mundo do trabalho.
O que foi deliberado no 6º Congresso
As resoluções discutidas no congresso priorizaram linhas de ação para enfrentar desafios persistentes: recuperação de renda, combate à precarização e ampliação de direitos. Representantes sindicais ressaltaram a importância de reforçar a negociação coletiva como principal instrumento para equilibrar forças entre capital e trabalho, com ênfase na valorização salarial, garantia de condições de trabalho seguras e respeito às jornadas.
Outra diretriz aprovada foi a intensificação do diálogo institucional com órgãos públicos e instâncias de justiça do trabalho, visando a efetividade das normas já existentes e a construção de políticas que contemplem as novas formas de ocupação, especialmente as mediadas por plataformas digitais. O congresso também acenou para a necessidade de campanhas permanentes de sindicalização e de comunicação com a base.
Homenagem ao professor Oswaldo
A homenagem ao professor Oswaldo destacou sua atuação histórica na formação sindical e na difusão de conhecimentos sobre relações de trabalho. O reconhecimento simboliza a valorização do acúmulo intelectual e da experiência que embasam a ação coletiva, reforçando a importância de pesquisa, dados e educação continuada na formulação de estratégias de defesa de direitos.
Segundo participantes, iniciativas como cursos e publicações técnicas impulsionadas por educadores do campo do trabalho geram impactos práticos nas negociações, na interpretação de normas e na qualificação de lideranças. Ao celebrar esse percurso, a Nova Central sinalizou que pretende manter a capacitação como eixo permanente da sua agenda.
Eleição de Sônia Zerino
A eleição de Sônia Zerino para a presidência indica um compromisso com a continuidade da atuação sindical e o fortalecimento da representação. Em um cenário de recomposição de direitos e de debates sobre regulação do trabalho mediado por tecnologia, a nova direção terá o desafio de articular agendas convergentes entre categorias diversas, mantendo a unidade em torno de pautas centrais como salário, emprego de qualidade e proteção social.
A presença de uma liderança feminina na presidência ganha relevo num momento em que a igualdade de gênero e a inclusão nas estruturas decisórias são apontadas como essenciais para ampliar a legitimidade e a eficácia do movimento sindical. A expectativa é de promoção de iniciativas que reduzam disparidades salariais e garantam condições equitativas para trabalhadoras em todos os segmentos.
Desafios centrais para a classe trabalhadora
Negociação coletiva e valorização salarial
Fortalecer a negociação coletiva segue como prioridade. A pauta inclui mecanismos de recomposição de perdas inflacionárias, cláusulas de proteção contra a rotatividade e a precarização, e instrumentos de solução de conflitos que assegurem previsibilidade nas relações de trabalho. O objetivo é estabelecer convenções e acordos que reflitam a realidade setorial e elevem padrões mínimos de remuneração e benefícios.
Trabalho por aplicativo e proteção social
O avanço do trabalho mediado por plataformas exige respostas que garantam renda digna, transparência algorítmica e acesso a direitos como previdência, descanso e cobertura contra acidentes. As resoluções apontam para o diálogo com autoridades e empresas, buscando modelos regulatórios que reconheçam especificidades do setor sem abrir mão de salvaguardas básicas.
Saúde e segurança no trabalho
O congresso reafirmou a centralidade da prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Entre as prioridades estão a fiscalização efetiva, atualização de normas técnicas e campanhas de orientação baseadas em evidências. A participação das CIPAs, comissões bipartites e serviços especializados é vista como chave para reduzir riscos e custos humanos e econômicos decorrentes de ambientes inseguros.
Igualdade de gênero e participação feminina
A intensificação de políticas de igualdade figura entre os compromissos. Isso envolve promover lideranças femininas, combater assédio e discriminação, e garantir estruturas de apoio, como creches e horários compatíveis, que favoreçam a permanência e a progressão das mulheres no trabalho. A transversalização da perspectiva de gênero nos acordos coletivos é considerada uma ferramenta concreta para reduzir desigualdades.
Formação sindical e diálogo social
A formação contínua de dirigentes e a qualificação técnica das equipes jurídicas e de negociação foram ressaltadas como condições para resultados consistentes. Ao lado disso, o diálogo social — envolvendo governo, empregadores e trabalhadores — permanece como via para construir soluções equilibradas e sustentáveis, especialmente em temas que exigem coordenação intersetorial.
Próximos passos e agenda sindical
Com a nova direção empossada, a Nova Central tende a consolidar um calendário de negociações, campanhas de base e iniciativas de comunicação que aproximem o sindicato das trabalhadoras e dos trabalhadores em seus locais de trabalho e territórios. A articulação com outras centrais e a participação em frentes temáticas podem ampliar a capacidade de incidência em debates nacionais sobre emprego, renda e regulação.
Também devem ganhar espaço propostas voltadas à valorização do serviço público e da indústria nacional, ao estímulo à formalização e à proteção de segmentos vulneráveis. A experiência acumulada por educadores e lideranças homenageadas, aliada à renovação na presidência, tende a orientar ações que busquem resultados mensuráveis: melhores cláusulas coletivas, ambientes de trabalho mais seguros e maior cobertura de direitos.
Ao encerrar o 6º Congresso Nacional com uma homenagem e uma eleição que expressam memória e renovação, a entidade reforça a ideia de que a defesa de direitos depende de organização, informação e presença constante nas mesas de negociação e nos espaços de diálogo social. É nesse equilíbrio entre tradição e atualização que o movimento sindical pode seguir relevante para a vida cotidiana de quem trabalha.







